A Caverna

Esta é a caverna, quando a caverna nos é negada/Estas páginas são as paredes da antiga caverna de novo entre nós/A nova antiga caverna/Antiga na sua primordialidade/no seu sentido essencial/ali onde nossos antepassados sentavam a volta da fogueira/Aqui os que passam se encontram nos versos de outros/os meus versos são teus/os teus meus/os eus meus teus /aqui somos todos outros/e sendo outros não somos sós/sendo outros somos nós/somos irmandade/humanidade/vamos passando/lendo os outros em nós mesmos/e cada um que passa se deixa/essa vontade de não morrer/de seguir/de tocar/de comunicar/estamos sós entre nós mesmos/a palavra é a busca de sentido/busca pelo outro/busca do irmão/busca de algo além/quiçá um deus/a busca do amor/busca do nada e do tudo/qualquer busca que seja ou apenas o caminho/ o que podemos oferecer uns aos outros a não ser nosso eu mesmo esmo de si?/o que oferecer além do nosso não saber?/nossa solidão?/somos sós no silêncio, mas não na caverna/ cada um que passa pinta a parede desta caverna com seus símbolos/como as portas de um banheiro metafísico/este blog é metáfora da caverna de novo entre nós/uma porta de banheiro/onde cada outro/na sua solidão multidão/inscreve pedaços de alma na forma de qualquer coisa/versos/desenhos/fotos/arte/literatura/anti-literatura/desregramento/inventando/inversando reversamento mundo afora dentro de versos reversos solitários de si mesmos/fotografias da alma/deixem suas almas por aqui/ao fim destas frases terei morrido um pouco/mas como diria o poeta, ninguém é pai de um poema sem morrer antes

Jean Louis Battre, 2010

18 de outubro de 2016

Carta a un joven poeta

Un tigre de paja no es un tigre.
En un espectáculo donde un mago se presenta ante una
    platea de magos,
es tedioso ver surgir un conejo de un sombrero de
    copa.
De la minucia de un examen depende la constatación
    de las diferencias;
los poetas, hoy, tienen la misma boca, vocabulario y
    vómito:
no distinguimos a Juan de Juana.

El poema, hecho de nadas, es intrínseco,
no depende de la miel o de la lluvia;
poetízalo o no, como quieras, perfuma la flor,
burla al defensa, al toro, o a la señora fulana de tal.
Desconfía de las palabras, te traicionan, y de los
    recursos gráficos:
pasa por ellos como por mullidas alfombras.

No traspases las inoxidables rejas que te limitan:
palabra, mujer, casa, cachorro, teléfono,
la marca de tu cigarro, la cerveza:
eres un condenado a lo cotidiano,
prisionero de la corbata y del autobús.
La remington, la máquina de afeitar y los calzones son
    tus amigos: ¿para qué más?

Cércate de un foso donde edificarás tu soledad y bebe
una cerveza, no más de una:
todas las mujeres son inferiores a las fantasías.
Todo es moneda falsa: quema todos los poetas.
Rompe las cámaras fotográficas, falsean la realidad,
    acampa en la fuente.

No serás mejor poeta si matas al presidente de la
    república:
la evidencia engaña, no la violentes;
manzana madurando o gusano de seda, cuídate,
cultiva la rosa, no la hagas de papel.

Fernando Ferreira de Loada

Nenhum comentário:

Postar um comentário