A Caverna

Esta é a caverna, quando a caverna nos é negada/Estas páginas são as paredes da antiga caverna de novo entre nós/A nova antiga caverna/Antiga na sua primordialidade/no seu sentido essencial/ali onde nossos antepassados sentavam a volta da fogueira/Aqui os que passam se encontram nos versos de outros/os meus versos são teus/os teus meus/os eus meus teus /aqui somos todos outros/e sendo outros não somos sós/sendo outros somos nós/somos irmandade/humanidade/vamos passando/lendo os outros em nós mesmos/e cada um que passa se deixa/essa vontade de não morrer/de seguir/de tocar/de comunicar/estamos sós entre nós mesmos/a palavra é a busca de sentido/busca pelo outro/busca do irmão/busca de algo além/quiçá um deus/a busca do amor/busca do nada e do tudo/qualquer busca que seja ou apenas o caminho/ o que podemos oferecer uns aos outros a não ser nosso eu mesmo esmo de si?/o que oferecer além do nosso não saber?/nossa solidão?/somos sós no silêncio, mas não na caverna/ cada um que passa pinta a parede desta caverna com seus símbolos/como as portas de um banheiro metafísico/este blog é metáfora da caverna de novo entre nós/uma porta de banheiro/onde cada outro/na sua solidão multidão/inscreve pedaços de alma na forma de qualquer coisa/versos/desenhos/fotos/arte/literatura/anti-literatura/desregramento/inventando/inversando reversamento mundo afora dentro de versos reversos solitários de si mesmos/fotografias da alma/deixem suas almas por aqui/ao fim destas frases terei morrido um pouco/mas como diria o poeta, ninguém é pai de um poema sem morrer antes

Jean Louis Battre, 2010

26 de maio de 2014

"I rebel—therefore we exist" ...

“What is a rebel? A man who says no, but whose refusal does not imply a renunciation. He is also a man who says yes, from the moment he makes his first gesture of rebellion.”

“Meanwhile, we can sum up the initial progress that the spirit of rebellion provokes in a mind that is originally imbued with the absurdity and apparent sterility of the world. In absurdist experience, suffering is individual. But from the moment when a movement of rebellion begins, suffering is seen as a collective experience. Therefore the first progressive step for a mind overwhelmed by the strangeness of things is to realize that this feeling of strangeness is shared with all men and that human reality, in its entirety, suffers from the distance which separates it from the rest of the universe. The malady experienced by a single man becomes a mass plague. In our daily trials rebellion plays the same role as does the ‘cogito’ in the realm of thought: it is the first piece of evidence. But this evidence lures the individual from his solitude. It founds its first value on the whole human race. I rebel—therefore we exist.”


(Albert Camus, The Rebel: An Essay on Man in Revolt. Trans. Anthony Bower)

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