A Caverna

Esta é a caverna, quando a caverna nos é negada/Estas páginas são as paredes da antiga caverna de novo entre nós/A nova antiga caverna/Antiga na sua primordialidade/no seu sentido essencial/ali onde nossos antepassados sentavam a volta da fogueira/Aqui os que passam se encontram nos versos de outros/os meus versos são teus/os teus meus/os eus meus teus /aqui somos todos outros/e sendo outros não somos sós/sendo outros somos nós/somos irmandade/humanidade/vamos passando/lendo os outros em nós mesmos/e cada um que passa se deixa/essa vontade de não morrer/de seguir/de tocar/de comunicar/estamos sós entre nós mesmos/a palavra é a busca de sentido/busca pelo outro/busca do irmão/busca de algo além/quiçá um deus/a busca do amor/busca do nada e do tudo/qualquer busca que seja ou apenas o caminho/ o que podemos oferecer uns aos outros a não ser nosso eu mesmo esmo de si?/o que oferecer além do nosso não saber?/nossa solidão?/somos sós no silêncio, mas não na caverna/ cada um que passa pinta a parede desta caverna com seus símbolos/como as portas de um banheiro metafísico/este blog é metáfora da caverna de novo entre nós/uma porta de banheiro/onde cada outro/na sua solidão multidão/inscreve pedaços de alma na forma de qualquer coisa/versos/desenhos/fotos/arte/literatura/anti-literatura/desregramento/inventando/inversando reversamento mundo afora dentro de versos reversos solitários de si mesmos/fotografias da alma/deixem suas almas por aqui/ao fim destas frases terei morrido um pouco/mas como diria o poeta, ninguém é pai de um poema sem morrer antes

Jean Louis Battre, 2010

16 de agosto de 2013

Fotografia é retirada de exposição por medo de represália policial


Uma fotografia que fazia parte de uma exposição em São Paulo foi retirada depois que alguns policiais militares estiveram no local questionando a obra, informou a reportagem do UOL.

De autoria do fotógrafo Antônio Brasiliano, a imagem que não agradou aos PMs é de 2005 e mostra a ação de reintegração de posse do edifício Prestes Maia, na capital paulista. Na foto há um grafite em primeiro plano, com desenhos de ratos, e no fundo a tropa em formação. Ela foi exposta no muro de entrada do centro cultural Espaço Cult, na Vila Madalena, e fazia parte da mostra 4 Retratos, que envolve também trabalhos de Thelma e Marcos Vilas Boas, Julio Kohl e Marcelo Naddeo, inaugurada dia 3 de julho. Era para ficar no local até o dia 24, mas foi retirada nesta quarta-feira (14).

“A PM abordou frequentadores, proprietários e vizinhos do espaço questionando sobre o conteúdo da obra. Não estava presente, mas é óbvio que existiram bons motivos para que a fotografia fosse retirada antes do término da exposição. Com tantos casos de abuso de autoridade e violência policial, as pessoas se intimidam e têm medo de represálias”, disse Brasiliano à reportagem, que ouviu da assessoria da PM não haver nenhuma denúncia a respeito. “Não há nenhum posicionamento da PM para que policiais censurem ou proíbam a exposição de uma obra. Isso não é permitido”, informou a assessoria, que à Folha classificou o incidente como uma possível “ação individual de alguns soldados”

Photochannel

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