A Caverna

Esta é a caverna, quando a caverna nos é negada/Estas páginas são as paredes da antiga caverna de novo entre nós/A nova antiga caverna/Antiga na sua primordialidade/no seu sentido essencial/ali onde nossos antepassados sentavam a volta da fogueira/Aqui os que passam se encontram nos versos de outros/os meus versos são teus/os teus meus/os eus meus teus /aqui somos todos outros/e sendo outros não somos sós/sendo outros somos nós/somos irmandade/humanidade/vamos passando/lendo os outros em nós mesmos/e cada um que passa se deixa/essa vontade de não morrer/de seguir/de tocar/de comunicar/estamos sós entre nós mesmos/a palavra é a busca de sentido/busca pelo outro/busca do irmão/busca de algo além/quiçá um deus/a busca do amor/busca do nada e do tudo/qualquer busca que seja ou apenas o caminho/ o que podemos oferecer uns aos outros a não ser nosso eu mesmo esmo de si?/o que oferecer além do nosso não saber?/nossa solidão?/somos sós no silêncio, mas não na caverna/ cada um que passa pinta a parede desta caverna com seus símbolos/como as portas de um banheiro metafísico/este blog é metáfora da caverna de novo entre nós/uma porta de banheiro/onde cada outro/na sua solidão multidão/inscreve pedaços de alma na forma de qualquer coisa/versos/desenhos/fotos/arte/literatura/anti-literatura/desregramento/inventando/inversando reversamento mundo afora dentro de versos reversos solitários de si mesmos/fotografias da alma/deixem suas almas por aqui/ao fim destas frases terei morrido um pouco/mas como diria o poeta, ninguém é pai de um poema sem morrer antes

Jean Louis Battre, 2010

7 de fevereiro de 2013

Não jogue fora sua loucura, ela é Real!

No anos 90, CEP 20 Mil, Joe Romano sobe ao palco pra poetar:


"Porque, agora, não existe mais direita!
Agora, não existe mais esquerda!!
Agora, direita virou esquerda!!!


A esquerda virou direita, passou pro meio de campo, ajeita pra ponta, a direita tonta, cruza, passa, atrasa pra esquerda, que queda, que gira, que pira, que dribla o beque para abrir a guarda, e inverteu a jogada, um outro já mata no peito, dá seu jeito, deixa a marcação de calça arriada, pra levantar na área, chegou, com classe, cabeceou, errou, bateu na trave, bate-num-bate, bate-rebate, no bololô - baticum! veio um doido e chutou, é Gol:


- GooooOooooO0ººoLL!!
Éééééééééé Gol do Brasil!

*Joe estava vestido com a camisa da seleção.


- Gooooooool!! Gol do Flamengo!!
**Joe retira a camisa da seleção para exibir esta outra.

- Gooooooool!! Gol do Vasco!!! Gol do Fluminense!!! Gol do Botafogo!! Gol do América!! Gol do Madureira!!! ...Vários times...
***Joe troca de camisas umas dez vezes, uma após a outra, time após time, até ninguém mais saber para que serve uma torcida.

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