A Caverna

Esta é a caverna, quando a caverna nos é negada/Estas páginas são as paredes da antiga caverna de novo entre nós/A nova antiga caverna/Antiga na sua primordialidade/no seu sentido essencial/ali onde nossos antepassados sentavam a volta da fogueira/Aqui os que passam se encontram nos versos de outros/os meus versos são teus/os teus meus/os eus meus teus /aqui somos todos outros/e sendo outros não somos sós/sendo outros somos nós/somos irmandade/humanidade/vamos passando/lendo os outros em nós mesmos/e cada um que passa se deixa/essa vontade de não morrer/de seguir/de tocar/de comunicar/estamos sós entre nós mesmos/a palavra é a busca de sentido/busca pelo outro/busca do irmão/busca de algo além/quiçá um deus/a busca do amor/busca do nada e do tudo/qualquer busca que seja ou apenas o caminho/ o que podemos oferecer uns aos outros a não ser nosso eu mesmo esmo de si?/o que oferecer além do nosso não saber?/nossa solidão?/somos sós no silêncio, mas não na caverna/ cada um que passa pinta a parede desta caverna com seus símbolos/como as portas de um banheiro metafísico/este blog é metáfora da caverna de novo entre nós/uma porta de banheiro/onde cada outro/na sua solidão multidão/inscreve pedaços de alma na forma de qualquer coisa/versos/desenhos/fotos/arte/literatura/anti-literatura/desregramento/inventando/inversando reversamento mundo afora dentro de versos reversos solitários de si mesmos/fotografias da alma/deixem suas almas por aqui/ao fim destas frases terei morrido um pouco/mas como diria o poeta, ninguém é pai de um poema sem morrer antes

Jean Louis Battre, 2010

18 de janeiro de 2013

Ciência em tempos de crise



Cacique Cobra Coral rompe parceria com a prefeitura
Governo teria deixado de entregar, nos prazos previstos, relatórios com um balanço dos investimentos em prevenção realizados ano passado na cidade

Publicado: 14/01/13 - 0h08
RIO — Em pleno verão carioca, o sistema de alerta e prevenção a enchentes do Rio perdeu um colaborador incomum. O porta-voz da Fundação Cacique Cobra Coral, Osmar Santos, anunciou no domingo que rompeu o convênio técnico-científico que mantinha com a prefeitura do Rio. O motivo é que a prefeitura deixou de entregar, nos prazos previstos, relatórios com um balanço dos investimentos em prevenção realizados ano passado na cidade. A ONG é comandada pela médium Adelaide Scritori, que afirma ter o poder de controlar o tempo. Desde a administração do ex-prefeito Cesar Maia, Adelaide esteve à disposição para prestar assistência espiritual a fim de tentar reduzir os estragos causados por temporais. Em janeiro de 2009, a prefeitura chegou a anunciar o fim da parceria, mas voltou atrás após uma forte chuva.

— Alguém da burocracia muito atarefado esqueceu da gente. Mas, caso a prefeitura queira continuar a receber nossa consultoria, que é gratuita, estamos à disposição — disse Osmar Santos.

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