A Caverna

Esta é a caverna, quando a caverna nos é negada/Estas páginas são as paredes da antiga caverna de novo entre nós/A nova antiga caverna/Antiga na sua primordialidade/no seu sentido essencial/ali onde nossos antepassados sentavam a volta da fogueira/Aqui os que passam se encontram nos versos de outros/os meus versos são teus/os teus meus/os eus meus teus /aqui somos todos outros/e sendo outros não somos sós/sendo outros somos nós/somos irmandade/humanidade/vamos passando/lendo os outros em nós mesmos/e cada um que passa se deixa/essa vontade de não morrer/de seguir/de tocar/de comunicar/estamos sós entre nós mesmos/a palavra é a busca de sentido/busca pelo outro/busca do irmão/busca de algo além/quiçá um deus/a busca do amor/busca do nada e do tudo/qualquer busca que seja ou apenas o caminho/ o que podemos oferecer uns aos outros a não ser nosso eu mesmo esmo de si?/o que oferecer além do nosso não saber?/nossa solidão?/somos sós no silêncio, mas não na caverna/ cada um que passa pinta a parede desta caverna com seus símbolos/como as portas de um banheiro metafísico/este blog é metáfora da caverna de novo entre nós/uma porta de banheiro/onde cada outro/na sua solidão multidão/inscreve pedaços de alma na forma de qualquer coisa/versos/desenhos/fotos/arte/literatura/anti-literatura/desregramento/inventando/inversando reversamento mundo afora dentro de versos reversos solitários de si mesmos/fotografias da alma/deixem suas almas por aqui/ao fim destas frases terei morrido um pouco/mas como diria o poeta, ninguém é pai de um poema sem morrer antes

Jean Louis Battre, 2010

31 de janeiro de 2012

You Are Not A Gadget

Ainda nao sei bem o que achar disso.

Mas eu acho que um apelo por uma internet humanista
pode trazer bons insights pra discussao atual sobre liberdade na rede.
Por isso achei por bem partilhar.

You are not a gadget!

Roger, roger...

3 comentários:

  1. A internet pode se tornar humanista, assim como a energia nuclear pode ser usada para fins pacíficos. Mas a internet não pode ser humana, porque não é o habitat natural dos seres humanos. A internet é um habitat artificial construído para seres civilizados, e seres civilizados são aqueles que estão tentando se afastar da sua condição humana para alcançar uma condição que eles julgam ser mais avançada, por meio de uma engenharia humana que transforma o ser humano num produto de si mesmo, e chama isso de liberdade.

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  2. Valeu, Janos. De qualquer forma, ainda tenho dúvidas sobre as credenciais desse cara. Aparentemente ele foi um dos playboys do Vale do Silício na década de 80. Depois que fez uma prata, foi tirar onda de tecno-guru... Ele é um dos desenvolvedores do Second Life, que deve ser o supra-sumo da espetacularização do cotidiano e da alienação da vida. Se ainda assim alguém quiser saber mais do "You are not a gadget", o livro está aqui: http://r-u-ins.org/resource/pdfs/YouAreNotAGadget-A_Manifesto.pdf

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  3. Recomendo A técnica e o desafio do século, do Jacques Ellul.

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