A Caverna

Esta é a caverna, quando a caverna nos é negada/Estas páginas são as paredes da antiga caverna de novo entre nós/A nova antiga caverna/Antiga na sua primordialidade/no seu sentido essencial/ali onde nossos antepassados sentavam a volta da fogueira/Aqui os que passam se encontram nos versos de outros/os meus versos são teus/os teus meus/os eus meus teus /aqui somos todos outros/e sendo outros não somos sós/sendo outros somos nós/somos irmandade/humanidade/vamos passando/lendo os outros em nós mesmos/e cada um que passa se deixa/essa vontade de não morrer/de seguir/de tocar/de comunicar/estamos sós entre nós mesmos/a palavra é a busca de sentido/busca pelo outro/busca do irmão/busca de algo além/quiçá um deus/a busca do amor/busca do nada e do tudo/qualquer busca que seja ou apenas o caminho/ o que podemos oferecer uns aos outros a não ser nosso eu mesmo esmo de si?/o que oferecer além do nosso não saber?/nossa solidão?/somos sós no silêncio, mas não na caverna/ cada um que passa pinta a parede desta caverna com seus símbolos/como as portas de um banheiro metafísico/este blog é metáfora da caverna de novo entre nós/uma porta de banheiro/onde cada outro/na sua solidão multidão/inscreve pedaços de alma na forma de qualquer coisa/versos/desenhos/fotos/arte/literatura/anti-literatura/desregramento/inventando/inversando reversamento mundo afora dentro de versos reversos solitários de si mesmos/fotografias da alma/deixem suas almas por aqui/ao fim destas frases terei morrido um pouco/mas como diria o poeta, ninguém é pai de um poema sem morrer antes

Jean Louis Battre, 2010

30 de janeiro de 2012

On Žižek on WikiLeaks

Hum... De fato eu ainda não entendi a lista de organizações que se manifestaram anti-SOPA e anti-PIPA. Quer dizer, o que diabos o Tea Party está fazendo ali, junto com o 4chan!!??

Mas então achei um texto, publicado na edição atual (jan/12) da Antipode, sobre o Zizek sobre o Wikileaks. Este texto comenta um ensaio do Zizek publicado na London Review of Books em 2011.

O que retiro desse debate é que há duas maneiras de se enquadrar (frame) a mobilização pela liberdade de informação na internet: uma é subversiva, e contesta as assimetrias de poder que sustentam/são sustentadas pelos vícios no fluxo de informação; a outra é mais liberalzinha, que não contesta essas assimetrias de poder:

"what isn’t questioned in these critiques is the democratic-liberal framing of the fight against these excesses. The (explicit or implied) goal is to democratise capitalism, to extend democratic control to the economy by means of media pressure, parliamentary inquiries, harsher laws, honest police investigations and so on. But the institutional set-up of the (bourgeois) democratic state is never questioned. This remains sacrosanct even to the most radical forms of ‘ethical anti-capitalism’ (the Porto Allegre forum, the Seattle movement etc)."


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