A Caverna

Esta é a caverna, quando a caverna nos é negada/Estas páginas são as paredes da antiga caverna de novo entre nós/A nova antiga caverna/Antiga na sua primordialidade/no seu sentido essencial/ali onde nossos antepassados sentavam a volta da fogueira/Aqui os que passam se encontram nos versos de outros/os meus versos são teus/os teus meus/os eus meus teus /aqui somos todos outros/e sendo outros não somos sós/sendo outros somos nós/somos irmandade/humanidade/vamos passando/lendo os outros em nós mesmos/e cada um que passa se deixa/essa vontade de não morrer/de seguir/de tocar/de comunicar/estamos sós entre nós mesmos/a palavra é a busca de sentido/busca pelo outro/busca do irmão/busca de algo além/quiçá um deus/a busca do amor/busca do nada e do tudo/qualquer busca que seja ou apenas o caminho/ o que podemos oferecer uns aos outros a não ser nosso eu mesmo esmo de si?/o que oferecer além do nosso não saber?/nossa solidão?/somos sós no silêncio, mas não na caverna/ cada um que passa pinta a parede desta caverna com seus símbolos/como as portas de um banheiro metafísico/este blog é metáfora da caverna de novo entre nós/uma porta de banheiro/onde cada outro/na sua solidão multidão/inscreve pedaços de alma na forma de qualquer coisa/versos/desenhos/fotos/arte/literatura/anti-literatura/desregramento/inventando/inversando reversamento mundo afora dentro de versos reversos solitários de si mesmos/fotografias da alma/deixem suas almas por aqui/ao fim destas frases terei morrido um pouco/mas como diria o poeta, ninguém é pai de um poema sem morrer antes

Jean Louis Battre, 2010

28 de dezembro de 2011

Ano novo, vida viva

Ano novo,
vida... viva

nem nova, nem velha
simplesmente vida, espontânea
"an innocent state of being"

Diante da baixastralidade típica das festas de final de ano,
com a nostalgia dos encontros familiares,
e os balanços e promessas de virada de ano,
segue uma breve reflexão (dois textos) sobre luto, melancolia e a sociedade contemporânea
além de uma reportagem sobre o cúmulo do cinismo psicoterapêutico.

Pra mim, os psiquiatras são os novos capitães do mato.
Abaixo os grilhões da normalidade e da saúde psíquica!
Eu não estou deprimido, estou puto!!!

AGE OF GRIEF - John Zerzan

"Our grieving takes the form of postmodern exhaustion, with its wasting diet of an anxious, ever-shifting relativism, and that attachment to surface that fears connecting with the fact of staggering loss. The fatal emptiness of ironized consumerism is marked by a loss of energy, difficulty in concentrating, feelings of apathy, social withdrawal; precisely those enumerated in the psychological literature of mourning."

http://www.primitivism.com/age-of-grief.htm

A SOCIEDADE DO NARCISISMO E DA MELANCOLIA - Luciana Chauí Berlinck

"De que maneira a sociedade contemporânea, marcada pela contínua desvalorização do passado e pela promoção crescente do narcisismo, está condenada à melancolia?"

http://diacrianos.blogspot.com/2008/05/sociedade-do-narcisismo-e-da-melancolia.html

AS DOENÇAS QUE MAIS VENDERÃO EM 2012

Como a indústria farmacêutica conseguiu que um terço da população dos Estados Unidos tome antidepressivos, estatinas, e estimulantes? Vendendo doenças como depressão, colesterol alto e refluxo gastrointestinal. Marketing impulsionado pela oferta, também conhecido como “existe um medicamento – precisa-se de uma doença e de pacientes”. Não apenas povoa a sociedade de hipocondríacos viciados em remédios, mas desvia os laboratórios do que deveria ser seu pepel essencial: desenvolver remédios reais para problemas médicos reais.

http://www.ihu.unisinos.br/noticias/505310-asdoencas-quemaisvenderaoem2012

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